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Não é de hoje que a cidade de San Andreas, localizada no estado norte-americano da Califórnia, é conhecida por ter uma enorme rachadura em seu território. Essa feição é chamada de falha tectônica e pode ser bastante perigosa dependendo do seu tamanho.

 

Em outro texto já discutimos a importância das placas tectônicas para os movimentos continentais do planeta Terra (veja ao lado, em Tópicos Relacionados). São diversas placas, que suportam continentes inteiros e, ao se movimentarem, acabam se chocando.

 

Por conta de toda essa interação as placas tectônicas sofrem muita pressão e precisam liberar essa energia acumulada. Assim surgem as falhas, que resultam de deformações rúpteis¹ nas rochas da crosta terrestre. Existem alguns tipos de falhas, como a normal, a reversa e a transcorrente, que é o tipo de falha da cidade de San Andreas.

 

Para entender a falha transcorrente, imaginem dois livros bem grossos, lado a lado, em cima de uma mesa. O “livro um” está à esquerda e o “livro dois”, à direita. O “livro um” tenta se movimentar para cima e para a direita, mas é impedido pelo “livro dois”. Enquanto isso, o próprio “livro dois” tenta se movimentar para baixo e para a esquerda, mas é impedido pelo “livro um”. No caso, cada livro é uma placa tectônica e a linha entre os dois seria a falha entre as placas.

 

Ainda imaginando os dois livros e pensando mais no exemplo de San Andreas, o “livro um” pode representar a Placa do Pacífico, enquanto o “livro dois”, a Placa Norte-Americana. Se colocássemos esses dois livros em uma biblioteca, no qual cada livro seria o equivalente a uma placa tectônica do planeta Terra, os nossos dois livros seriam os maiores do acervo. Ao tentarmos mover os dois livros nas direções citadas, eles se chocam, gerando um acúmulo de energia até que haja um movimento mais brusco, culminando assim, em um terremoto.

 

A falha de San Andreas possui, aproximadamente, 1.300 quilômetros de extensão, tornando a região em um dos lugares com a maior atividade sísmica do planeta. Em 1906, um tremor de 7.8 graus na escala Richter, matou cerca de 3.000 pessoas e é considerado um dos maiores tremores do século XX. Esse evento foi causado por essa mesma falha. Entretanto, a densidade populacional na época era muito baixa e um mesmo tremor na região, hoje, poderia ser bem mais catastrófico.

 

Segundo cientistas, o terremoto de 1906 foi causado por um movimento na porção norte da falha. Já a porção sul não sofreu essa liberação de enregia por três séculos, ou seja, durante todo esse tempo, a energia vêm se acumulando no local e pode ser liberada a qualquer momento, sem nenhum tipo de aviso prévio. Com o passar do tempo muito esforço foi colocado para preparar a cidade para um possível abalo sísmico. Mas será que estamos preparados para tamanha tragédia?

 

¹ Um material rúptil é aquele que, ao ultrapassar seu limite de rigidez, deforma-se permanentemente, fragmentando-se.